sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Projeto: Musica e Poesia: Falando as mesmas Notas



Com o intuito da divulgação e socialização da cultura popular, o projeto é fundamentado basicamente de poesia, onde a música ocupa um espaço de ligação entre essa poesia. Pois a musica pode dar contornos de um espetáculo musical. Ao lirismo das composições pode-se somar força rítmica e melódica da filarmônica Elino Julião.
Sabendo o quanto a filarmônica é forte na formação, podemos unir o carisma e a poesia de poetas populares, poderemos projetar essa idéia  e quem sabe ate conseguir apresentações únicas e antológicas. As apresentações da filarmônica com certeza vão surpreender a todos não somente pela força da mistura sonora ousada de instrumentos percussivos com a harmonia dos instrumentos de sopro mais também a magia do universo poético que está fincada nas raízes de todo o povo seridoense, sendo assim a poesia pode fazer  a ligação de todo o espetáculo que podem ser pequenos poemas e até historinhas. Algumas desses poemas poderão ser retiradas do repertório que ocupa a mente de todo nordestino como por exemplos poemas de João Cabral de Melo Neto, Zé da Luz e Cancão e demais poetas da região.
Com isso o projeto integra a música e a literatura. Contando com a presença de um poeta interagindo ativamente do espetáculo musical, lendo e interpretando poesias autorais e de outros autores. Por ser um espetáculo musical impregnado de literatura, se apresenta como um desafio de proporcionar a sintonia entre a palavra cantada - a música e a interpretação dos textos – a poesia. Sendo assim os artistas intervém um no trabalho do outro, enriquecendo-os e demonstrando que é possível a convivência harmônica na música, na literatura e, sobretudo, na vida. Pois esse encantamento em que a poesia verte-se em voz.  Estes  espetáculos dão ao intérprete, a possibilidade de fazer com que textos poéticos contenham além de expressiva beleza,  grande  identificação  com  o  público.  Esse  formato  de  show,  que  valoriza  a musicalidade da palavra na interpretação cênica, que vem desde a Grécia antiga. Os poemas, que serão oferecidos à fruição do espectador é o retrato fônico da palavra. O timbre, altura e entonação da voz, a extensão ou encurtamento de fonemas, rumorismos, respirações ou silêncios – tudo isso faz parte de um jogo utilizado pelo intérprete no exercício da declamação. A execução do desempenho vocal e corporal confere intenções outras, bem diversas daquela que possui o texto escrito ou lido, sendo assim mais fácil a interação com o publico, e a união da poesia com a musica fará com que a oralidade no espetáculo de música seja, sem dúvida, um elemento fortíssimo de sua potência. A audição da poesia, seja ela dita ou entoada, é um traço ancestral do humano. A expressividade da voz nasce naturalmente, antes de qualquer meio, técnica ou recurso com o qual se pense em fazer arte, não há duvida que essa união dê certo, já que o célebre poeta Ezra Pound apud Rennó  afirmou que “poesia não é literatura”, tão fundada esta arte estaria nos veios audíveis. “A poesia seria uma arte mais próxima da música, também Aristóteles já havia em sua poética, que a música e a poesia eram elementos essenciais da tragédia: uma linguagem com ritmo, melodia e canto, sendo assim espero que esta união entre musica e poesia, possa dar certo e que esse projeto sirva para aumentar a fama que a filarmônica Elino Julião conquistou ao longo desses dois anos de existência, e eu como poeta amante da cultura popular me disponho a abraçar esse projeto de corpo e alma.

Francisco Monteiro ( Juninho)

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