quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Frevos de Pernambuco


Quando Capiba afirmou que Pernambuco tem uma dança que nenhuma terra tem,
Poderia ter acrescentado também uma “música”.
Ambos nasceram e desenvolveram-se em Pernambuco.
Nunca se conseguiu que brotasse em outra terra,
ao menos com a autenticidade do que se faz no estado. Detalhes, nuanças há no frevo que
 “estrangeiros” não conseguem captar.

O passo e o frevo são uma espécie de mistério dentro da cultura popular brasileira.
Mistério, porque as condições sob as quais surgiram, frevo e passo,
eram as mesmas, por exemplo, das que havia no Rio de Janeiro,
na mesma época (da segunda metade do século 19, início do século 20).
Conforme afirma o antropólogo Carlos Eugênio Líbano, em seu : A negregada instituição,
maltas de capoeiras, assim como acontecia no Recife,
 também tinham as bandas marciais de sua predileção,
e as seguiam, exibindo suas habilidades, não raro entrando em confronto com outras maltas,
quando coincidia de as bandas cruzarem-se pelas ruas da então capital do país.

Assim era em Pernambuco, com as bandas de música
dos batalhões aquartelados na capital pernambucana.
Uma delas chamada de O Quarto, por ser do Quarto Batalhão de Artilharia,
a outra A Espanha, do Corpo da Guarda Nacional,
assim denominada por ser espanhol o mestre da banda, Pedro Garrido.
Por que a música tocada pelas bandas cariocas não evoluiu para o frevo,
ou algo semelhante? A resposta mais provável é a que sugere o jornalista Rui Duarte,
em seu História Social do Frevo.

Os capoeiras adotavam uma banda marcial como a de sua preferência,
e considerava adversário quem não compartilhasse da mesma “torcida”.
Pernadas, golpes com pau de quiri, espetadas com faca,
punhal eram distribuídos com os partidários da banda adversária.
A proibição ao desfile dos capoeira, pelo governo da província de Pernambuco deu-se em 1856.
Mesma época em que as limas-de-cheiro, dos entrudos,
 e os capoeiras eram alvo de proibição no Rio de Janeiro.
 A diferença, aponta Ruy Duarte, é que enquanto as ordens foram obedecidas no Rio,
que adotou um carnaval Europeu, no Recife, que respirava rebeldia e agitação,
a proibição foi driblada com a fundação de clubes carnavalescos:
“A polícia estava perseguindo capoeiras matadores de marinheiros
(nota - apelidos dos portugueses).
“Os clubes se fundavam sob inspiração clandestina de nomes e símbolos”
(Rui Duarte na obra citada).
Vassourinhas nasceu, ao menos oficialmente, em 6 de janeiro de 1889,
e Lenhadores, em 1897. Os símbolos dos dois era o famigerado cacete de pau de quiri,
mas a arma, velada: A Vassoura podia ser feminina, mas o cabo, na hora da refrega, virava pau puro.
O machado da Lenhadores, mesmo que a machadinha fosse de papel, na hora de enfrentar o inimigo, transformava-se no mesmo cacete com que os capoeiras investiam contra os desafetos.
Os passos, e aí, todos os historiadores, concordam, vieram da capoeira, a luta transmudando-se,
com o passar do tempo, numa coreografia única.

E a música? Que o nome "frevo" é corrutela de "ferver",
isto é ponto pacífico entre todos historiadores e pesquisadores.
Quanto a música, recorremos novamente a Rui Duarte;
“Quem fizesse música para promover estes movimentos subversivos,
 poderia ficar exposto a conseqüências desastrosas.
E a música pioneira, que veio abrir caminho para a que,
anos depois, teria a designação própria de frevo passou a animar o carnaval pernambucano,
executada pelos mesmos músicos-soldados dos batalhões aquartelados na cidade,
nos mesmo instrumentos da corporação, com uma diferença apenas,
em lugar da farda,vestiam fantasias”.

O dobrado das bandas militares acompanhou a transformação das manobras da capoeira,
acelerando o andamento, acrescentando sincopas, ou terá sido as manobras dos capoeiras que foram adaptando-se à nova música que surgia?
Valdemar de Oliveira, em seu antológico frevo,
Capoeira e Passo, acredita que nasceram, dança e música ao mesmo tempo,
numa simbiose raríssima na música popular universal, E, sem dúvida, inédita no Brasil.
O certo é que por volta de 1905,
o frevo-de-rua estava com o seu formato, tal como o conhecemos hoje,
praticamente delineado, e antes da década de 20,
não apenas consolidado como a música própria de carnaval, e unicamente de Pernambuco.
Com personalidade tão atavicamente ligada à sua terra natal, que, como já foi assinalado,
jamais foi executada apropriadamente fora dela.
O frevo não é música que se transplante, conforme Valdemar de Oliveira.

Gravada desde final dos anos 20, no Rio de Janeiro, por grandes nomes do rádio ,
para consumo dos pernambucanos, o frevo passou a ter seus discos produzidos no Recife,
a partir de 1955, quando a Fábrica de Discos Rozenblit ganhou estúdio e prensa de discos.
O primeiro 78rpm da Rozenblit foi lançado em 1953 (mas fabricado na Sinter, no Rio),
com o frevo-canção Boneca (Aldemar Paiva/José Menezes),
e Come e dorme, frevo-de-rua de Nelson Ferreira.

José Rozenblit, presidente da gravadora, monopolizou o mercado
(exigia, inclusive, exclusividade, de cantores e compositores),
expandindo o frevo para outros estados do Norte e Nordeste, e, sem igual sucesso,
para as demais regiões do país. Somente foi sucesso nacional, em 1958,
com Evocação,de Nelson Ferreira,
o único frevo produzido em Pernambuco a competir com o samba num carnaval carioca
 (Vou gargalhar, do recifense Edgar Ferreira, campeão do carnaval do Rio,
na voz de Jackson do Pandeiro, foi gravado quando o cantor já vivia na ainda capital da República).

Em Pernambuco, e estados vizinhos, o frevo era a música do carnaval,
disputando a preferência dos foliões com as poderosas marchinhas importadas do Rio de Janeiro.
Para conseguir esta proeza, José Rozenblit valia-se de uma maciça campanha de divulgação.
 Inédita na indústria do disco de então.
Não apenas distribuía boa parte da tiragem dos álbuns com as principais emissoras de rádios do país,
Como, na região metropolitana seu mercado principal.
Espalhava as partituras dos lançamentos para o carnaval,
 com as centenas de orquestras que animavam a folia, na rua e clubes do Grande Recife.

Os discos de carnaval saíam da fábrica em setembro.
Em fevereiro, portanto, já estavam na boca e no pé dos foliões. Bons tempos para o frevo que,
infelizmente, passaram. Há anos que as emissoras de rádios só tocam frevos,
e assim mesmo os clássicos, no período carnavalesco.
Os discos de frevos continuam sendo lançados, sem divulgação, e sem execução no rádio e TV,
portanto, não chegam ao povo. O frevo foi perdendo espaço para a música da moda,
o sucesso pop de meio-de-ano acaba sendo o sucesso do carnaval.
A culpa não é só dos meios de comunicação.
Os músicos não têm acesso fácil ao frevo, música que exige conhecimentos formais,
de orquestração, arranjo, e livros com partituras de frevo são praticamente inexistentes no mercado.

Foi atenta a esta dificuldade, que a Fundarpe aproveitando o gancho do centenário, em 2004,
de dois dos maiores autores e frevo, Lourenço da Fonseca Barbosa, Capiba,
e Edgard Moraes, elaborou o livro Capiba e Edgard Moraes 100 anos de frevo.
A volumosa obra, contém arranjos, para todos os instrumentos de uma orquestra de frevo,
das principais composições dos dois compositores,
assinados pelos maestros José Menezes, Duda , e Spook.

A impossibilidade de repetir o feito de Rozenblit e fazer chegar a mãos dos mestres de bandas
e maestros de orquestras esta compilação de partituras, levou a Fundarpe a criar o site .
É não restrito ao trabalho de Capíba e Edgard Moraes, mas a outros compositores,
desde o extraordinário mestre do frevo-de-rua Levino Ferreira,
quanto ao frevo-de-bloco (ou marcha-de-bloco), de Getúlio Ferreira,
chegando até o frevo-canção contemporâneo de Lula Queiroga.

Se o frevo, como escreveu Valdemar Oliveira, não é música que convida, mas arrasta.
Entrem todos neste arrastão do frevo virtual, disponível, 24 horas, ad infinitum,
Façamos votos para que seja sempre atualizado pelas futuras gestões da Fundarpe,
para que o frevo comemore, muitos e muitos e muitos 9 de fevereiro,
data em que pela primeira vez o termo foi visto num jornal do Recife –
 Jornal Pequeno – no ano de 1907,
data oficial do nascimento desta música que a partir de agora toda a Terra pode ter.


José Teles
Jornalista

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O PROJETO

Sabendo da realidade social do Brasil hoje, e da política de alienação do mercado fonográfico assim como a mídia em geral que atinge cada vez mais principalmente as crianças e os jovens do nosso país, a Associação Cultural e Social de Timbaúba dos Batistas vem desenvolvendo um trabalho de conscientização através da música, onde propõe atrair á essa juventude, para que elas mesmas sejam as propagadoras das riquezas culturais do seu povo, fazendo assim com que suas representações obtenham oportunidades, meios e ferramentas para conter a própria realidade em que vivem, porque eles são presas fáceis para o mundo das drogas, bebidas alcoólicas e prostituição.

Um dos problemas que são enfrentados em trabalhos sociais como esse, no interior, é a falta de oportunidade, a realidade das cidades interioranas são desfavoráveis e até mesmo escassas quando se fala de oportunidade.

A preocupação na falta de oportunidade para os adolescentes principalmente, é que: eles estão prontos para transformar qualquer desejo em ação, e vendo por esse lado, a falta de oportunidade gera necessidade.

Se refletirmos sobre esta realidade, os jovens são obrigados muitas vezes ainda em idade escolar, a abandonar a escola para trabalhar e ajudar nas despesas familiares ou até mesmo para se dedicar precocemente a uma nova vida que ainda não cabe a eles.

A necessidade pela falta de oportunidade tem correlações com os problemas sociais, e se adolescência significa crescer, desenvolver, basta criar opções para que essas pessoas tenham uma oportunidade na vida para desenvolverem seus talentos, e assim no futuro ter uma chance de viver dignamente.

No Brasil, as políticas públicas para a juventude têm aumentado consideravelmente. Mas, ainda é muito pouco para um país tão rico culturalmente, onde pode utilizar sua forte influência para o desenvolvimento sociocultural.

E um grande exemplo dessa realidade, é as bandas de música, que só no Rio Grande do Norte envolve mais de 10.000 (DEZ MIL) Pessoas, entre jovens, crianças e adolescentes que procuram através da música um futuro melhor e encontram ainda mais, uma forma de divulgar, crescer, valorizar a cultura do seu povo.

Na oportunidade, á (ACUST) propõe dar seguimento ao trabalho que vem desenvolvendo na comunidade desde 2010, dando mais apoio e chance para mais uma criança descobrir seu valor, não só musicalmente, mas mostrando para comunidade e para ela mesma, que ela é capais de ser uma grande cidadã, e ainda podendo contribuir para o desenvolvimento do seu município, do seu país e do mundo.

A Cidade

A Cidade

Timbaúba dos Batistas é uma cidade da região de seridó no Rio Grande do Norte. Distante 282 km da capital, Natal, a cidade possui uma área urbana de 75 km² e uma densidade demográfica de 17,5 hab/km². Timbaúba é uma cidade pequena com 2 380 habitantes.

O nome da cidade vem de uma árvore chamada pelos índios de “timbóiba” que significa árvore de espuma. Os índios a chamam assim pois seu fruto produz uma espécie de espuma que é utilizada como sabão. Além disso, o nome do município também está associado ao nome de uma das primeiras famílias a chegar à região, os Batistas.

Nos idos do século XVIII as terras férteis de Timbaúba já eram habitadas e o Tenente-Coronel Manoel de Souza Forte era o proprietário do Termo da Vila do Príncipe, área onde está localizado o município de Timbaúba dos Batistas. A região começou a se desenvolver em meados do século XIX, quando o Major José Batista dos Santos fundou nas terras frescas do vale a fazenda Timbaúba. Ali teve início a grande atividade de plantio de canaviais, ensejando uma produção de aguardente e rapadura.

O povoado de Timbaúba, no ano de 1942, já era visto por Anfilóquio Câmara como um dos mais ricos do Seridó por manter uma agricultura sempre forte, destacando-se no cultivo de cana-de-açúcar.

No dia 10 de maio de 1962, por força da Lei no 2.774, o povoado desmembrou-se de Caicó tornando-se município com o nome de Timbaúba dos Batistas, numa homenagem a família de pioneiros responsáveis pelo engrandecimento do município. Em 1° de janeiro de 1964, foi instalada a sede municipal, tomando posse como prefeito o Sr. Hisbelo Batista de Araújo.

TIMBAúBA DOS BATISTAS-RN

TIMBAúBA DOS BATISTAS-RN
visão aerea

HISTÓRICO DA BANDA FILARMÔNICA ELINO JULIÃO


A banda Filarmônica “Elino Julião” de Timbaúba dos Batistas foi fundada em 03 de Março de 2010. Com a finalidade de qualificar os jovens dentro de suas próprias vocações, sentiu-se a necessidade de buscar uma parceria da prefeitura municipal de Timbaúba dos Batista com o governo do Estado do Rio Grande do Norte através do programa desenvolvimento solidário que indicou o senhor Humberto Carlos Dantas, carinhosamente conhecido como “Bembem” para viabilizar todas as providências necessárias, em seguida, depois de vencer todo o processo burocrático desde legalização da Associação Cultural e Social de Timbaúba dos Batistas (ACUST) que teve como sua primeira presidente Maria Aparecida do Nascimento, veio à elaboração do projeto e liberação dos recursos, para aquisição dos instrumentos musicais.

Depois de todo esse processo iniciou as aulas práticas e teóricas formando a banda propriamente dita.

Surgiu a ideia de dar nome à banda e foi colocado em votação que por unanimidade escolheram o nome do nosso conterrâneo e forrozeiro o artista popular “ELINO JULIÃO DA SILVA” que é motivo de orgulho para todos os seus conterrâneos pelo legado da sua história.

O maestro Mizael Cabral tem o cuidado em conjunto com a associação (ACUST) em parceria da prefeitura Municipal de Timbaúba dos Batistas na ampliação de seus componentes e na modernização de seus instrumentos, de uma vez que, recentemente foi elaborado um projeto tendo sido aprovado no valor de 25 mil reais pelo ministério da Cultura para aquisição de novos instrumentos para a estruturação da banda.

Atende hoje cerca de 90 crianças na faixa etária de 8 a 21 anos, sendo 50 participantes da banda filarmônica e 40 nas turmas de teoria e flauta doce.

A banda tem representado a cultura Timbaubense em várias cidades seridoenses, aonde vem recebendo total apoio da prefeitura municipal através do prefeito Ivanildo Filho para as devidas apresentações.

A filarmônica nesse pequeno período de existência tem se destacado devido à dedicação e trabalho da sua ex-coordenadora Maria Aparecida do Nascimento, do coordenador atual Aloísio Vale de Araújo e do seu maestro Mizael Cabral que com sua visão inovadora, consideram a música como importante meio de inclusão social para transformação de uma sociedade mais digna e igualitária.

O MAESTRO

MIZAEL CABRAL


De família de músicos, Marcio Mizael da Silva é natural de Cruzeta RN. Iniciou seus estudos musicais aos 16 anos em 2003 com o Maestro Humberto Carlos Dantas, ( Bembem Dantas ), ingressando na banda Filarmônica de Cruzeta-RN como trompetista. Em 2004 fundou o Trio Cafuçú de trompetes, marcando o começo de sua carreira de compositor e arranjador. participou como aluno em diversos seminários de música promovido pela Fundação José Augusto (FJA) e AMUSIC em Cruzeta e em outra cidades do no interior do Estado, sendo monitor do I Seminário de Música de Natal-RN do professor, compositor e maestro Normando Carneiro no curso de Arranjo Orquestração.
Em 2006, ingressou no curso Técnico de trompete (EMUFRN) sobre a orientação do professor Ranilson Bezerra, concluindo em 2009.ainda em 2009 entrou no curso de graduação em trompete da EMUFRN, sobre orientação do professor Ranilson Bezerra e Antonio Carlos. Participou de vários grupos musicais entre eles: Big Band Jerimum Jazz (EMUFRN). Big Band jovem (EMUFRN). Orquestra Sinfônica (EMUFRN). Grupo de
Choro Nosso Choro (EMUFRN). Grupo de choro Quase as Seis (EMUFRN), Grupo de pífano (AMUSIC),grupo de choro Bem Brasileiro (AMUSIC).
Trio Cafuçú(AMUSIC). Grupo de choro Chorinho das Cinco (AJAC). Grupo de Trompetes (EMUFRN). Grupo de metais (EMUFRN). Grupo de Metais (AMUSIC). Em 2008 assumiu temporariamente a direção da Filarmônica de São Tomé-RN (AJAC). Fundou e dirige Grupo folclórico “Pé de Côco” de pífano e percussão - (AMUSIC), é integrante e diretor técnico do sexteto de metaisQuimporó(AMUSIC) professor e chefe do naipe e primeiro trompete daFilarmônica de Cruzeta(AMUSIC). Em 2010 fundou e dirige a Filarmônica “Elino Julião” de Timbaúba dos Batistas RN (ACUST).
Percussionista nato, Mizael Cabral, como é conhecido no meio musical e artístico do RN, tem se destacado como compositor e arranjador para diversas formações musicais, em especial para Bandas de Música, tendo composto ou arranjado até o momento mais de 100 peças entre elas compôs peça para o CD do professor de trombone da UFRN Gilvando (azeitona) do professor Klenio Barros, e para banda Filarmônica SÃO TOMÉ-RN.
Mizael também é coordenador técnico da Associação Musical e Cultural do RN (AMUSIC) Cruzeta RN.

INSCRIÇÕES PARA TURMA DE TEORIA 2013

Inscrições abertas para turma de teoria musical da banda " Filarmônica Elino Julião" 2013 click no link e faça já a sua. https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGRuWnNnSEtidlpWR0xGaDdMRmFBR3c6MQ atenção. inscrição valida apenas para residentes em Timbaúba dos Batistas-RN Inscrições para turma de teoria musical 2013 da filarmônica "Elino julião" docs.google.com