quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Caros leitores do Blog Zap Músico,




Gostaria de expressar minha indignação com o programa do governo que recruta artistas voluntários para participar das cerimônias de abertura e encerramento da Copa das Confederações. Por que voluntários? Por que não pagar pelo trabalho desses artistas? E se precisarem de médicos de plantão na Copa das Confederações? Vão chamar voluntários? Será que chamarão um advogado voluntário, se precisarem resolver qualquer problema legal?

Bom, mas um médico é um médico, e um advogado é um advogado, né? E um artista, bem…é só um artista. O que importa se ele estuda uma vida inteira para poder atingir um bom nível artístico? O que importa se um músico, mesmo depois de formado com mérito em uma universidade ou conservatório, continua sua rotina diária de 5, 6, 7 horas ou mais de estudo do seu instrumento (fora os ensaios e o trabalho como professor)? Ele faz porque gosta, não é? Afinal de contas, música, dança, pintura, e todas as outras formas de expressão artísticas são diversão!

Minha pergunta é: para quem arte é diversão? Seguindo essa lógica, não deveríamos pensar que médicos, advogados, engenheiros, e outros profissionais, também deveriam se divertir com seus trabalhos? E pressupondo que eles não se divertem (ou gozam a profissão, no melhor sentido da expressão), isso não é culpa de ninguém, a não ser deles mesmos por não terem escolhido a profissão certa. Se não fazem o que amam, que pelo menos amem o que fazem, ou seja, aprendam a gostar de sua profissão. Não quero aqui insinuar que esses profissionais mencionados não amam o que fazem. Creio que muitos amam suas profissões tanto ou mais do que os artistas amam sua arte (e por que deveria ser diferente?), e tenho por eles enorme respeito. O problema é que a sociedade atribui um valor maior a essas profissões, e até um peso laboral – de colocar a mão na massa – e de responsabilidade, que normalmente não é atribuido ao profissional da música, como se o músico (apropriando-me de uma expressão que vem bem a calhar) “levasse a vida na flauta,” ou seja, como se seu trabalho fosse leve e tranquilo (vale lembrar aqui que a expressão “levar a vida na flauta” foi elaborada, em princípio, em referência ao fato de que, diferentemente de outros instrumentistas, os flautistas carregam um instrumento leve, o que seria uma tarefa fácil de se realizar).

Outra pergunta que faço é: quem eles chamam de artista? Figurantes? Gente para fazer volume nas cerimônias? Ou artistas de verdade (ou seja, pessoas que realmente fazem arte)? De qualquer forma, se analisarmos a equação, temos várias incógnitas, o que gera preocupação. Se o governo se refere a ARTISTAS DE VERDADE (volto a frisar, pessoas que fazem arte), então deveria pagar pelo serviço, como pagará outros profissionais que participarão das cerimônias; se o governo se refere a pessoas que vão fazer volume, por que chamá-los de artista? (Camões que me perdoe pelo sacrilégio com a nossa querida língua, mas não seria mais correto chamá-los de “volumistas”?) Será que o governo usa a palavra “artistas” porque todo mundo no Brasil quer ser artista, e isso pode atrair mais gente para se voluntariar? Devem achar que arte é coisa fácil…ilusão criada pelas novelinhas da Globo e pelos milhares de “artistas” cuja maior arte é mostrar o próprio corpo (ou partes específicas dele) na TV. Esses “artistas” devem ter levado a sério aquela frase que toda mãe, tia, avó, etc, fala para crianças pequenas quando elas estão “aprontando” (o que inclui tirar a roupa em público!): “Já está fazendo arte, né”? Pois é, fizeram disso sua profissão e continuam acreditando que é realmente arte…caso difícil, não? (Não culpemos aqui as pobres mães, tias, avós, etc, que, sabiamente, sempre chamaram às crianças que “aprontam” tais traquinices de “arteiras”, e não artistas).

Voltando à Copa das Confederações, o site Cultura e Mercado (clique para ver a nota), disse que “Os artistas com interesse em voluntariado na solenidade de abertura da Copa das Confederações, em Brasília, têm que ter disponibilidade de 15 de abril a 15 de junho. Os voluntários terão que comparecer aos ensaios que serão realizados no CIEF (Centro Interescolar de Educação Física), conforme agenda a ser montada, em esquema de grupos.

Para os artistas com interesse em voluntariado na cerimônia de encerramento, no Rio de Janeiro, o período de disponibilidade é de 25 de maio a 30 de junho. Os voluntários terão que comparecer aos ensaios que serão realizados no Sambódromo, conforme agenda a ser montada, também em esquema de grupos”.

Agenda, esquema, comparecimento obrigatório…Tudo isso soa como os requisitos de um emprego, não? Mas é para trabalho voluntário. Um absurdo! E vejam bem as datas: para a abertura, o governo quer disponibilidade de 15 de abril a 15 de junho. Dois meses! E quem paga as contas? O governo deveria mudar a chamada para “artistas – ou seja lá ao que eles se referem – muito ricos”. Ou deveríamos pensar que o governo acha que todo o artista é vagabundo e, já que não tem o que fazer, vai ficar maravilhado com essa “super” oportunidade?

De qualquer forma, esteja o governo convocando artistas ou passistas (vulgo “artistas”), aproveitamos a oportunidade para fazer um protesto com relação ao que se entende sobre arte e sobre a profissão artística na sociedade, o que independe da convocação do governo. A ideia que se perpetua largamente é que, obviamente, os artistas (os verdadeiros) não precisam receber pagamento, porque “vivem de arte” (já no caso dos de mentirinha, aceita-se – e até espera-se – que cobrem cachês altíssimos para mostrar sua “arte” em rede nacional). Entretanto, essa linda e poética expressão (viver de arte), que visa dar um ar nobre à profissão do artista (de verdade), deve ser vista por um outro ângulo, o mais prático: será que o artista vive (come, compra roupas, paga aluguel, paga escola dos filhos, etc) de arte? Será que a vida prática do artista, no dia a dia, é tão poética e nobre como a tal expressão disseminada aos quatro ventos faz crer?

Essa ideia absurda de que artista (de verdade) não liga para dinheiro porque “vive de arte” ainda se perpetua na mente das pessoas. Não ligar para dinheiro não significa que o artista não precisa de dinheiro para viver. A classe artistica precisa se unir e agir como um grupo coeso, para que a arte seja respeitada como profissão. Arte não é coisa de vagabundo. Arte é coisa séria, que reflete a maneira como um povo pensa, ao mesmo tempo que ajuda a formar identidades pessoais e coletivas de uma comunidade. A arte ajuda a formar o modus operandi de uma comunidade, onde o artista exerce um papel importantíssimo, disseminando ideias e criando laços comuns entre as pessoas.

Voluntariado é uma atividade nobre, e deve ser exercida por todos os membros da sociedade. Mas quando o voluntariado é institucionalizado pelo governo e se dirige à uma classe profissional específica, já passa a ter implicações muito mais sérias, que precisam ser analisadas e confrontadas.

E se o governo chama passistas de artistas, o problema é tão ou ainda mais sério (será que se confundiram por causa da rima?)

Compartilhe esse post para tornar cada vez mais clara a indignação da classe artística com a falta de conhecimento sobre o que é ser artista, o que gera um tremendo desrespeito ao artista e à sua profissão.

Vamos informar esse povo, gente! E para os artistas (grupo no qual eu me enquadro): vamos parar de fazer papel de otário! Arte é profissão, e nós devemos ser os primeiros a saber disso!

Para ver o site do absurdo programa de voluntariado do governo, clique no link a seguir: www.brasilvoluntario.gov.br

Obrigado,
Gabriel Ferraz, pianista e musicólogo
Idealizador do Zap Músico
Indignado com o descaso da sociedade para com o artista


A equipe do Zap Músico agradece sua visita!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Frevo na área




Yuno Silva - Repórter

O samba, as marchinhas e o maracatu estarão presentes, mas a noite de hoje – definitivamente – será do frevo. Logo mais, às 19h, o Largo do Atheneu se transforma no epicentro da folia e abriga a tradicional abertura do Carnaval natalense, onde o prefeito Carlos Eduardo entrega as chaves da cidade ao Rei Momo e à rainha do Carnaval. A concentração está por conta do grupo de percussão Pau e Lata, que puxa público e cortejo escoltado por papangus pelas ruas de Petrópolis a partir de Mãe Luiza. Os shows no palco começam às 20h, com performance da banda Dugiba seguido da cantora Khrystal, mas a apoteose da programação é responsabilidade da Spok Frevo Orquestra, de Pernambuco, que se apresenta pela primeira vez ao público potiguar em um evento aberto – o maestro Spok já esteve em Natal com sua orquestra em outra ocasião, durante evento fechado em um hotel da Via Costeira.

“Será uma aula de frevo”, entusiasma-se Gilberto Cabral, coordenador do Carnaval 2013 em Natal e amigo pessoal do saxofonista Inaldo Cavalcante de Albuquerque, ‘identidade secreta’ do Maestro Spok. “Acredito que esse intercâmbio seja fundamental para elevarmos ainda mais o já alto nível musical dos artistas do RN”, aposta Cabral. Diga-se de passagem que a Spok Orquestra é tida como o “melhor grupo do mundo” quando o assunto é frevo, com turnês realizadas na Europa e Estados Unidos.

“Eles estão vindo com uma equipe de 25 pessoas, no esquema bate e volta, e toparam abrir o Carnaval aqui em Natal por um quarto do cachê que geralmente costumam cobrar nessa época”, avisa Gilberto Cabral, rebatendo às críticas quanto ao pagamento de R$ 25 mil à Orquestra. “Estão vindo por consideração, por amizade”, reforça. Spok Frevo Orquestra abre o Carnaval do Recife amanhã, ao lado de Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, entre outros nomes não menos famosos.

Gilberto Cabral, trombonista pernambucano radicado há pelo menos duas décadas no RN, conheceu Spok em início de carreira, e até hoje é considerado pelo maestro como um de seus mentores. “Dei algumas dicas pra ele, apesar de hoje ele ser o professor”, diverte-se Gilberto, “lembro que, naquela época, disse pra ele pegar o saxofone com mais firmeza com que se pega uma flauta”. Ano passado Gilberto foi convidado por Spok para ajudar na coordenação de um encontro que reuniu 500 músicos no Marco Zero, no Recife.

PRATA DA CASA

Capitão da banda Dugiba, Gilberto Cabral antecipou o repertório que pretende apresentar esta noite: “Seremos 40 no palco, tocando 80% de repertório local”, adianta. “A base será o frevo, mas estamos inserindo ritmos locais como o Zambê, que é muito forte e contagia. Ainda teremos no repertório músicas de Dosinho, batuques indígenas e uma suíte (pot-pourri) com músicas de Pedro Mendes, Talma&Gadelha e a famosa Praieira”.

Para o coordenador do Carnaval é “desinformação” alegar que os artistas potiguares não estão sendo prestigiados – as críticas são localizadas e recaem sobre a contratação da Spok Frevo Orquestra pela Prefeitura. “Durante a programação de Carnaval teremos shows de Kiko Chagas, Rastafeeling, Perfume de Gardênia, Sérgio Groove, Ivando Monte, Arquivo Vivo, Sueldo Soaress e Khrystal... é tanta gente que nem lembro de todos agora”.

Falando em Khrystal, a cantora e compositora também conversou com o VIVER e contou um pouco do que aguarda o público logo mais no Largo do Atheneu no show É D’Oxum. “Adoro fazer Carnaval, é uma festa democrática, contagia a galera toda, virou meio que tradição me apresentar nesse período. Vou cantar as músicas que fazem a minha cabeça no Carnaval, que curto, e dividi o show em blocos: Alceu, Moraes, Caetano; um bloco afro outro nordestino”.

Ela informa que levará para o palco sua banda, com algumas adaptações. “Será uma formação não óbvia, bem particular, onde o tecladista não vai simular a metaleira e sim tocar sanfona. A ideia é tirar o melhor com o formato que temos”.

Bate-papo

Maestro Spok, Saxofonista e arranjador

Spok, você e Gilberto Cabral se conheceram há bastante tempo. Qual a lembrança que você tem dessa época?

Apesar de termos quase a mesma idade, considero Gilberto um paizão. Foi o primeiro cara que virou pra mim e disse: ‘sopra com vigor, bote pressão que saxofone não é clarineta’. Não esqueço nunca: estávamos fazendo show em um baile e na época eu tocava bem suave. Desde então comecei a explorar melhor o instrumento. Sempre o admirei muito, observava e absorvi tudo o que me ensinou. É uma grande influência na minha carreira.

O que a orquestra irá apresentar aqui em Natal?

Vamos mostrar o que preparamos para o Carnaval do Recife, um repertório com muito frevo instrumental, de bloco, frevo canção e cirandas. É uma grande honra fazer esse show aí, ainda mais atendendo um convite do Gilberto. Vou receber ele no palco, será um encontro de orquestras e de grandes amigos.

Como será sua participação no Carnaval do Recife?

Estamos ensaiando sem parar, vamos abrir e encerrar a festa aqui em Pernambuco. Na sexta-feira (amanhã), após os tradicionais tambores das nações de maracatu regidos por Naná Vasconcelos, faremos um grande show no Marco Zero (Recife Antigo) acompanhando vários intérpretes (entre eles Silvério Pessoa, Luiza Possi, Fafá de Belém, Otto, Emílio Santiago, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho, Tibério Azul, Armandinho). E no encerramento do Carnaval vamos colocar 200 músicos no palco tocando frevo, imagina 40 trombones, 40 trompetes, e assim vai.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Fundação Nacional de Artes e Secretaria da Igualdade Racial lançam o Prêmio Funarte de Arte Negra




Fundação Nacional de Artes e Secretaria da Igualdade Racial lançam o Prêmio Funarte de Arte Negra
Serão premiados 33 projetos nas áreas artes visuais, circo, dança, música, teatro e preservação da memória
Publicado em 20 de novembro de 2012
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A Fundação Nacional de Artes, em parceria com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República – SEPPIR, lançou o Prêmio Funarte de Arte Negra. A portaria que instituiu o Prêmio foi publicada no Diário Oficial da União de 20 de novembro e retificada no dia 26 de novembro de 2012. Serão premiados 33 projetos nas áreas de artes visuais, circo, dança, música, teatro e preservação da memória.

As inscrições foram prorrogadas até 25 de março de 2013. Para participar, os proponentes precisam se autodeclarar pretos ou pardos, categorias de classificação de cor ou raça adotadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.

O objetivo do Prêmio é proporcionar aos produtores e artistas negros oportunidade de acesso a condições e meios de produção artística, conforme estabelecido pelo Plano Nacional de Cultura (Lei 12.343/2010) e pelo Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010).

O investimento total é de R$ 4,440 milhões, dos quais R$ 4,3 milhões serão concedidos em prêmios de R$ 100 mil, R$ 150 mil e R$ 200 mil. Os recursos são do Fundo Nacional de Cultura.

Podem concorrer artistas, produtores culturais e instituições privadas (com ou sem fins lucrativos, de natureza artística e/ou cultural), desde que comprovem experiência no desenvolvimento de atividades artísticas que conservam elementos das culturas de matriz africana e/ou realização de trabalhos com temas ligados à experiência social e política da população negra dentro e fora do Brasil.

Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão de Seleção composta por 12 membros, indicados pela Funarte e pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

O material de inscrição deverá ser enviado por SEDEX, em envelope único, para a Rua da Imprensa, 16 – 6º andar / Setor de Protocolo – Castelo – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20030-120, conforme instruções previstas no Edital.

Posteriormente, a relação com a classificação de todos os projetos, inclusive os 33 selecionados, será divulgada nesta página eletrônica da Funarte (www.funarte.gov.br).

Acesse aqui, na página deste edital, todos os documentos relacionados

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Inscrições abertas para o Prêmio Funarte de Apoio a Bandas de Música 2013





Cerca de 150 projetos serão contemplados com instrumentos de sopro
Publicado em 4 de fevereiro de 2013
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Foto:divulgação
Até 21 de março estão abertas as inscrições para o Prêmio Funarte de Apoio a Bandas de Música 2013. A portaria que institui o edital foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira, 4 de fevereiro, pela Fundação Nacional de Artes – Funarte. Cerca de 150 projetos serão contemplados com a distribuição gratuita de instrumentos de sopro. Podem participar conjuntos denominados “Banda de música”, “Banda municipal”, “Banda sinfônica”, “Banda de concerto”, “Banda Filarmônica” e “Sociedade Musical”. O objetivo é reconhecer e propiciar a melhoria da qualidade técnica e artística desses conjuntos musicais.

Cada proponente poderá escolher até cinco instrumentos entre: bombardino em sib; bombardão tuba ¾ em sib; clarineta 17 chaves em sib; saxofone alto em mib; saxofone tenor em sib; trompete em sib; trombone de Vara em sib; flauta transversa em dó; trompa cromática em Fá/sib. A seleção é voltada somente para bandas de música constituídas sob a forma de instituição pública ou privada sem fins lucrativos, cadastradas na Receita Federal (CNPJ – Pessoa Jurídica) há pelo menos seis meses, e que sem encontrem em efetivo funcionamento. Cada proponente só pode inscrever um projeto.

Acesse aqui o edital e demais anexos

Mais informações:
Coodenação de Bandas
coordenacaobandas@funarte.gov.br
Tel. 2279-8106

Inscrições abertas para turma de teoria musical da banda " Filarmônica Elino Julião" 2013 click no link e faça já a sua.




https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGRuWnNnSEtidlpWR0xGaDdMRmFBR3c6MQ

atenção. inscrição valida apenas para re...Veja mais
Inscrições para turma de teoria musical 2013 da filarmônica "Elino julião"
docs.google.com

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

PARA PENSAR.





“Um homem sentou-se numa estação de metro de Washington DC e começou a tocar violino, era uma fria manhã de Janeiro; Ele tocou seis peças de Bach durante aproximadamente 45 minutos. Durante esse tempo, já que era hora de ponta, cacula-se que cerca de 1,100 pessoas atravessaram a estação, a sua maioria, a caminho do tabalho.

Três minutos passaram quando um homem de meia idade notou que o músico estava a tocar, abrandou o passo e parou por alguns segundos, mas continuou depois o seu percurso para não chegar atrasado.

Um minuto depois , o violinista recebeu o seu primeiro dólar, uma senhora atirou o dinheiro sem sequer parar e continuou o seu caminho.

Alguns minutos depois, alguêm se encostou à parede para o ouvir, mas olhando para o relógio retomou a marcha. Estava claramente atrasado para o trabalho.

Quem presto maior atenção foi um menido de 3 anos. A mãe trazia-o pela mão, apressada, mas a criança parou para olhar para o violinista. Finalmente, a mãe puxou-o com mais força e o miúdo continuou a andar, virando a cabeça várias vezes para ver o violinista. Esta acão foi repetida por várias outras crianças. Todos os pais, sem exceção, obrigaram as crianças a prosseguir.

Nos 45 minutos em que o músico tocou, somente 6 pessoas pararam por algum tempo. Cerca de 20 deram-lhe dinheiro mas continuaram no seu passo normal. Ele recoletou cerca de 32 dls. Quando ele parou de tocar e o silencio tomou conta do lugar, ninguêm se deu conta. Ninguêm aplaudiu, nem houve qualquer tipo de reconhecimento.

Ninguêm sabia que este violinista era Joshua Bell, um dos mais talentosos músicos do mundo. Ele tocou algumas das peças mais elaboradas alguma vez escritas num violino de 3,5 milhões de dólares.

Dois dias antes de tocar no metro, Joshua Bell esgotou um teatro em Boston, onde cada lugar custou em média 100 dls.

Esta é uma história real, Joshua Bell tocou incógnito na estação de metro num evento organizado pelo Washington Post que fazia parte de uma experiência social sobre perceção, gostos e prioridades.

O outline era: num lugar comun, numa hora inapropriada: Somo capazes de perceber a beleza? Paramos para a apreciar? Reconhecemos o talento num contexto inesperado?

Uma das possiveis conclusões que se podem sacar desta experiência podem ser: Se não temos um momento para parar e escutar a um dos melhores músicos do mundo tocar algumas das músicas mais bem escritas de sempre, quantas outras coisas estaremos perdendo?”

O PROJETO

Sabendo da realidade social do Brasil hoje, e da política de alienação do mercado fonográfico assim como a mídia em geral que atinge cada vez mais principalmente as crianças e os jovens do nosso país, a Associação Cultural e Social de Timbaúba dos Batistas vem desenvolvendo um trabalho de conscientização através da música, onde propõe atrair á essa juventude, para que elas mesmas sejam as propagadoras das riquezas culturais do seu povo, fazendo assim com que suas representações obtenham oportunidades, meios e ferramentas para conter a própria realidade em que vivem, porque eles são presas fáceis para o mundo das drogas, bebidas alcoólicas e prostituição.

Um dos problemas que são enfrentados em trabalhos sociais como esse, no interior, é a falta de oportunidade, a realidade das cidades interioranas são desfavoráveis e até mesmo escassas quando se fala de oportunidade.

A preocupação na falta de oportunidade para os adolescentes principalmente, é que: eles estão prontos para transformar qualquer desejo em ação, e vendo por esse lado, a falta de oportunidade gera necessidade.

Se refletirmos sobre esta realidade, os jovens são obrigados muitas vezes ainda em idade escolar, a abandonar a escola para trabalhar e ajudar nas despesas familiares ou até mesmo para se dedicar precocemente a uma nova vida que ainda não cabe a eles.

A necessidade pela falta de oportunidade tem correlações com os problemas sociais, e se adolescência significa crescer, desenvolver, basta criar opções para que essas pessoas tenham uma oportunidade na vida para desenvolverem seus talentos, e assim no futuro ter uma chance de viver dignamente.

No Brasil, as políticas públicas para a juventude têm aumentado consideravelmente. Mas, ainda é muito pouco para um país tão rico culturalmente, onde pode utilizar sua forte influência para o desenvolvimento sociocultural.

E um grande exemplo dessa realidade, é as bandas de música, que só no Rio Grande do Norte envolve mais de 10.000 (DEZ MIL) Pessoas, entre jovens, crianças e adolescentes que procuram através da música um futuro melhor e encontram ainda mais, uma forma de divulgar, crescer, valorizar a cultura do seu povo.

Na oportunidade, á (ACUST) propõe dar seguimento ao trabalho que vem desenvolvendo na comunidade desde 2010, dando mais apoio e chance para mais uma criança descobrir seu valor, não só musicalmente, mas mostrando para comunidade e para ela mesma, que ela é capais de ser uma grande cidadã, e ainda podendo contribuir para o desenvolvimento do seu município, do seu país e do mundo.

A Cidade

A Cidade

Timbaúba dos Batistas é uma cidade da região de seridó no Rio Grande do Norte. Distante 282 km da capital, Natal, a cidade possui uma área urbana de 75 km² e uma densidade demográfica de 17,5 hab/km². Timbaúba é uma cidade pequena com 2 380 habitantes.

O nome da cidade vem de uma árvore chamada pelos índios de “timbóiba” que significa árvore de espuma. Os índios a chamam assim pois seu fruto produz uma espécie de espuma que é utilizada como sabão. Além disso, o nome do município também está associado ao nome de uma das primeiras famílias a chegar à região, os Batistas.

Nos idos do século XVIII as terras férteis de Timbaúba já eram habitadas e o Tenente-Coronel Manoel de Souza Forte era o proprietário do Termo da Vila do Príncipe, área onde está localizado o município de Timbaúba dos Batistas. A região começou a se desenvolver em meados do século XIX, quando o Major José Batista dos Santos fundou nas terras frescas do vale a fazenda Timbaúba. Ali teve início a grande atividade de plantio de canaviais, ensejando uma produção de aguardente e rapadura.

O povoado de Timbaúba, no ano de 1942, já era visto por Anfilóquio Câmara como um dos mais ricos do Seridó por manter uma agricultura sempre forte, destacando-se no cultivo de cana-de-açúcar.

No dia 10 de maio de 1962, por força da Lei no 2.774, o povoado desmembrou-se de Caicó tornando-se município com o nome de Timbaúba dos Batistas, numa homenagem a família de pioneiros responsáveis pelo engrandecimento do município. Em 1° de janeiro de 1964, foi instalada a sede municipal, tomando posse como prefeito o Sr. Hisbelo Batista de Araújo.

TIMBAúBA DOS BATISTAS-RN

TIMBAúBA DOS BATISTAS-RN
visão aerea

HISTÓRICO DA BANDA FILARMÔNICA ELINO JULIÃO


A banda Filarmônica “Elino Julião” de Timbaúba dos Batistas foi fundada em 03 de Março de 2010. Com a finalidade de qualificar os jovens dentro de suas próprias vocações, sentiu-se a necessidade de buscar uma parceria da prefeitura municipal de Timbaúba dos Batista com o governo do Estado do Rio Grande do Norte através do programa desenvolvimento solidário que indicou o senhor Humberto Carlos Dantas, carinhosamente conhecido como “Bembem” para viabilizar todas as providências necessárias, em seguida, depois de vencer todo o processo burocrático desde legalização da Associação Cultural e Social de Timbaúba dos Batistas (ACUST) que teve como sua primeira presidente Maria Aparecida do Nascimento, veio à elaboração do projeto e liberação dos recursos, para aquisição dos instrumentos musicais.

Depois de todo esse processo iniciou as aulas práticas e teóricas formando a banda propriamente dita.

Surgiu a ideia de dar nome à banda e foi colocado em votação que por unanimidade escolheram o nome do nosso conterrâneo e forrozeiro o artista popular “ELINO JULIÃO DA SILVA” que é motivo de orgulho para todos os seus conterrâneos pelo legado da sua história.

O maestro Mizael Cabral tem o cuidado em conjunto com a associação (ACUST) em parceria da prefeitura Municipal de Timbaúba dos Batistas na ampliação de seus componentes e na modernização de seus instrumentos, de uma vez que, recentemente foi elaborado um projeto tendo sido aprovado no valor de 25 mil reais pelo ministério da Cultura para aquisição de novos instrumentos para a estruturação da banda.

Atende hoje cerca de 90 crianças na faixa etária de 8 a 21 anos, sendo 50 participantes da banda filarmônica e 40 nas turmas de teoria e flauta doce.

A banda tem representado a cultura Timbaubense em várias cidades seridoenses, aonde vem recebendo total apoio da prefeitura municipal através do prefeito Ivanildo Filho para as devidas apresentações.

A filarmônica nesse pequeno período de existência tem se destacado devido à dedicação e trabalho da sua ex-coordenadora Maria Aparecida do Nascimento, do coordenador atual Aloísio Vale de Araújo e do seu maestro Mizael Cabral que com sua visão inovadora, consideram a música como importante meio de inclusão social para transformação de uma sociedade mais digna e igualitária.

O MAESTRO

MIZAEL CABRAL


De família de músicos, Marcio Mizael da Silva é natural de Cruzeta RN. Iniciou seus estudos musicais aos 16 anos em 2003 com o Maestro Humberto Carlos Dantas, ( Bembem Dantas ), ingressando na banda Filarmônica de Cruzeta-RN como trompetista. Em 2004 fundou o Trio Cafuçú de trompetes, marcando o começo de sua carreira de compositor e arranjador. participou como aluno em diversos seminários de música promovido pela Fundação José Augusto (FJA) e AMUSIC em Cruzeta e em outra cidades do no interior do Estado, sendo monitor do I Seminário de Música de Natal-RN do professor, compositor e maestro Normando Carneiro no curso de Arranjo Orquestração.
Em 2006, ingressou no curso Técnico de trompete (EMUFRN) sobre a orientação do professor Ranilson Bezerra, concluindo em 2009.ainda em 2009 entrou no curso de graduação em trompete da EMUFRN, sobre orientação do professor Ranilson Bezerra e Antonio Carlos. Participou de vários grupos musicais entre eles: Big Band Jerimum Jazz (EMUFRN). Big Band jovem (EMUFRN). Orquestra Sinfônica (EMUFRN). Grupo de
Choro Nosso Choro (EMUFRN). Grupo de choro Quase as Seis (EMUFRN), Grupo de pífano (AMUSIC),grupo de choro Bem Brasileiro (AMUSIC).
Trio Cafuçú(AMUSIC). Grupo de choro Chorinho das Cinco (AJAC). Grupo de Trompetes (EMUFRN). Grupo de metais (EMUFRN). Grupo de Metais (AMUSIC). Em 2008 assumiu temporariamente a direção da Filarmônica de São Tomé-RN (AJAC). Fundou e dirige Grupo folclórico “Pé de Côco” de pífano e percussão - (AMUSIC), é integrante e diretor técnico do sexteto de metaisQuimporó(AMUSIC) professor e chefe do naipe e primeiro trompete daFilarmônica de Cruzeta(AMUSIC). Em 2010 fundou e dirige a Filarmônica “Elino Julião” de Timbaúba dos Batistas RN (ACUST).
Percussionista nato, Mizael Cabral, como é conhecido no meio musical e artístico do RN, tem se destacado como compositor e arranjador para diversas formações musicais, em especial para Bandas de Música, tendo composto ou arranjado até o momento mais de 100 peças entre elas compôs peça para o CD do professor de trombone da UFRN Gilvando (azeitona) do professor Klenio Barros, e para banda Filarmônica SÃO TOMÉ-RN.
Mizael também é coordenador técnico da Associação Musical e Cultural do RN (AMUSIC) Cruzeta RN.

INSCRIÇÕES PARA TURMA DE TEORIA 2013

Inscrições abertas para turma de teoria musical da banda " Filarmônica Elino Julião" 2013 click no link e faça já a sua. https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGRuWnNnSEtidlpWR0xGaDdMRmFBR3c6MQ atenção. inscrição valida apenas para residentes em Timbaúba dos Batistas-RN Inscrições para turma de teoria musical 2013 da filarmônica "Elino julião" docs.google.com