KLÊNIO BARROS
Trombonista de Cruzeta/RN, um dos 20 candidatos do mundo
selecionados para mestrado em Portugal, enfrenta problemas financeiros
para fazer o curso. Ele ainda não sabe como vai se manter em Portugal,
mas desistir do sonho também não está nos seus planos!
Fotografia: Humberto Sales/NJDIFICULDADES LUSITANAS
Por
Henrique Arruda
Ele ainda não sabe como vai se manter em Portugal, mas desistir do mestrado também não está nos seus planos. A partir do dia 17 de setembro, o trombonista Klênio Barros, deixa o solo potiguar e começa a encarar os dois anos que vai passar na “terrinha” já que foi um dos 20 selecionados, de todo o mundo, para estudar mestrado de Trombone e Perfomance na Universidade de Aveiro.
Para entender o que esta oportunidade significa agora, é preciso voltar bastante no tempo. Pelo menos até os seus 10 anos, quando resolveu prestar atenção na banda que tocava em frente a igreja de sua cidade. Era festa da padroeira de Cruzeta/RN, Nossa Senhora dos Remédios, e a cena festeira era típica. Por coincidência, o menino só achou lugar muito próximo ao “curioso instrumento” e não demorou muito para ser hipnotizado enquanto tentava adivinhar como o músico tocava as notas.
“Porque quem estuda trombone sabe onde ficam as posições das notas musicais, mas não há nenhuma indicação no instrumento. E eu ficava fascinado com aquilo”, explica. O passo seguinte, portanto, foi se juntar à banda, sob os cuidados do maestro Bembem, que, segundo Klênio, foi o grande responsável por sua vida acadêmica. “Ele ficava insistindo para que nós fôssemos buscar uma formaçãoacadêmica em música”, diz.
Para entender o que esta oportunidade significa agora, é preciso voltar bastante no tempo. Pelo menos até os seus 10 anos, quando resolveu prestar atenção na banda que tocava em frente a igreja de sua cidade. Era festa da padroeira de Cruzeta/RN, Nossa Senhora dos Remédios, e a cena festeira era típica. Por coincidência, o menino só achou lugar muito próximo ao “curioso instrumento” e não demorou muito para ser hipnotizado enquanto tentava adivinhar como o músico tocava as notas.
“Porque quem estuda trombone sabe onde ficam as posições das notas musicais, mas não há nenhuma indicação no instrumento. E eu ficava fascinado com aquilo”, explica. O passo seguinte, portanto, foi se juntar à banda, sob os cuidados do maestro Bembem, que, segundo Klênio, foi o grande responsável por sua vida acadêmica. “Ele ficava insistindo para que nós fôssemos buscar uma formaçãoacadêmica em música”, diz.
Sem ousar duvidar das recomendações do maestro, Klênio investiu na sua formação e começou a fazer o curso técnico em música na Escolade Música da UFRN aos 14 anos. “Ia para Natal uma vez por semana”, afirma, comentando também que enquanto isso concluiu o ensino médio em sua cidade e assim pôde prestar vestibular para Bacharelado em Música com Habilitação em Trombone.
Após concluir a graduação, fez um teste para professor substituto, já que o efetivo havia se afastado para um mestrado em João Pessoa.Foi aprovado e assumiu o cargo até o primeiro semestre deste ano, quando o prazo acabou e por coincidência soube da oportunidade do mestrado “para chamar de seu” em Portugal.
KLÊNIO BARROS
A trajetória do jovem trombonista potiguar, que saiu de Cruzeta/RN,
tornou-se professor de música e agora parte rumo à Europa
tornou-se professor de música e agora parte rumo à Europa
Fotografia: Humberto Sales/NJ
“Fiz a inscrição online e mandei toda a documentação para lá. Foram20 vagas para o mundo todo e eu passei em décimo lugar”, explica. Da prefeitura de Cruzeta veio uma pequena contribuição para ele complementar o dinheiro da passagem de ida. No bolso, praticamente a esperança. “Estou indo com o dinheiro da passagem, basicamente, e agora estou correndo em busca de apoio, tanto de políticos, quanto de amigos. Qualquer ajuda é válida”, afirma.
Klênio explica ainda que junto com ele, outros dois potiguares tambémvão cursar o mestrado em Portugal. “Mas graças a Deus eles possuemuma condição financeira melhor e podem se sustentar”, comenta. Klênio é filho de artesãos, seu pai trabalha em uma fábrica de cerâmicas local e sua mãe faz crochê.
“Já fui também buscar apoio dos órgãos competentes dentro da UFRN,como o CNPQ e CAPS, mas eles estão interessados em apoiar mais estudos em doutorado”, lamenta. De acordo com o trombonista o próximo passo é indispensável. “Desde que vim para Natal que eu tive que cair na noite tocando, muitas vezes por um valor que só dava mesmo para pagar a comida. Sempre batalhei bastante. Sou loucopelo palco, pelo Buraco da Catita, mas para me manter hoje eu enxergo que a minha carreira deve ser acadêmica e estou investindo nisso”, avalia.
Ele não tem pretensão de continuar vivendo na Europa após o mestrado e sim voltar para sua cidade de origem e ensinar aos jovens o que ele aprendeu por lá. “O pessoal tá com uma ideia de fazer uma extensão da Escola de Música no Seridó, um curso técnico aprovado pelo MEC e o projeto está engatinhando agora. Espero que voltando daqui há 2 anos com o mestrado, a escola já esteja funcionando e eu possa me tornar professor”, vislumbra o trombonista que também temna bagagem uma pós-graduação em Práticas Interpretativas do século XX e XXI [música moderna].
Uma outra possibilidade de sobrevivência em Portugal, enxergada por ele, são as bolsas de estudo na própria universidade. “Mas a Europaestá em crise e pelo que pesquisei vi que a situação está difícil para os próprios estudantes de lá, imagine para um estrangeiro. Mas sei que meu professor, um britânico, toca em umas orquestras de jazz, de repente começo a tocar devagarinho com ele e quem sabe é outra oportunidade”, conclui. Quem tiver interesse de ajudar o músico, pode entrar em contato com ele pelo número 84.91602556.
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Henrique Arruda
Henrique Arruda
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