quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Caros leitores do Blog Zap Músico,




Gostaria de expressar minha indignação com o programa do governo que recruta artistas voluntários para participar das cerimônias de abertura e encerramento da Copa das Confederações. Por que voluntários? Por que não pagar pelo trabalho desses artistas? E se precisarem de médicos de plantão na Copa das Confederações? Vão chamar voluntários? Será que chamarão um advogado voluntário, se precisarem resolver qualquer problema legal?

Bom, mas um médico é um médico, e um advogado é um advogado, né? E um artista, bem…é só um artista. O que importa se ele estuda uma vida inteira para poder atingir um bom nível artístico? O que importa se um músico, mesmo depois de formado com mérito em uma universidade ou conservatório, continua sua rotina diária de 5, 6, 7 horas ou mais de estudo do seu instrumento (fora os ensaios e o trabalho como professor)? Ele faz porque gosta, não é? Afinal de contas, música, dança, pintura, e todas as outras formas de expressão artísticas são diversão!

Minha pergunta é: para quem arte é diversão? Seguindo essa lógica, não deveríamos pensar que médicos, advogados, engenheiros, e outros profissionais, também deveriam se divertir com seus trabalhos? E pressupondo que eles não se divertem (ou gozam a profissão, no melhor sentido da expressão), isso não é culpa de ninguém, a não ser deles mesmos por não terem escolhido a profissão certa. Se não fazem o que amam, que pelo menos amem o que fazem, ou seja, aprendam a gostar de sua profissão. Não quero aqui insinuar que esses profissionais mencionados não amam o que fazem. Creio que muitos amam suas profissões tanto ou mais do que os artistas amam sua arte (e por que deveria ser diferente?), e tenho por eles enorme respeito. O problema é que a sociedade atribui um valor maior a essas profissões, e até um peso laboral – de colocar a mão na massa – e de responsabilidade, que normalmente não é atribuido ao profissional da música, como se o músico (apropriando-me de uma expressão que vem bem a calhar) “levasse a vida na flauta,” ou seja, como se seu trabalho fosse leve e tranquilo (vale lembrar aqui que a expressão “levar a vida na flauta” foi elaborada, em princípio, em referência ao fato de que, diferentemente de outros instrumentistas, os flautistas carregam um instrumento leve, o que seria uma tarefa fácil de se realizar).

Outra pergunta que faço é: quem eles chamam de artista? Figurantes? Gente para fazer volume nas cerimônias? Ou artistas de verdade (ou seja, pessoas que realmente fazem arte)? De qualquer forma, se analisarmos a equação, temos várias incógnitas, o que gera preocupação. Se o governo se refere a ARTISTAS DE VERDADE (volto a frisar, pessoas que fazem arte), então deveria pagar pelo serviço, como pagará outros profissionais que participarão das cerimônias; se o governo se refere a pessoas que vão fazer volume, por que chamá-los de artista? (Camões que me perdoe pelo sacrilégio com a nossa querida língua, mas não seria mais correto chamá-los de “volumistas”?) Será que o governo usa a palavra “artistas” porque todo mundo no Brasil quer ser artista, e isso pode atrair mais gente para se voluntariar? Devem achar que arte é coisa fácil…ilusão criada pelas novelinhas da Globo e pelos milhares de “artistas” cuja maior arte é mostrar o próprio corpo (ou partes específicas dele) na TV. Esses “artistas” devem ter levado a sério aquela frase que toda mãe, tia, avó, etc, fala para crianças pequenas quando elas estão “aprontando” (o que inclui tirar a roupa em público!): “Já está fazendo arte, né”? Pois é, fizeram disso sua profissão e continuam acreditando que é realmente arte…caso difícil, não? (Não culpemos aqui as pobres mães, tias, avós, etc, que, sabiamente, sempre chamaram às crianças que “aprontam” tais traquinices de “arteiras”, e não artistas).

Voltando à Copa das Confederações, o site Cultura e Mercado (clique para ver a nota), disse que “Os artistas com interesse em voluntariado na solenidade de abertura da Copa das Confederações, em Brasília, têm que ter disponibilidade de 15 de abril a 15 de junho. Os voluntários terão que comparecer aos ensaios que serão realizados no CIEF (Centro Interescolar de Educação Física), conforme agenda a ser montada, em esquema de grupos.

Para os artistas com interesse em voluntariado na cerimônia de encerramento, no Rio de Janeiro, o período de disponibilidade é de 25 de maio a 30 de junho. Os voluntários terão que comparecer aos ensaios que serão realizados no Sambódromo, conforme agenda a ser montada, também em esquema de grupos”.

Agenda, esquema, comparecimento obrigatório…Tudo isso soa como os requisitos de um emprego, não? Mas é para trabalho voluntário. Um absurdo! E vejam bem as datas: para a abertura, o governo quer disponibilidade de 15 de abril a 15 de junho. Dois meses! E quem paga as contas? O governo deveria mudar a chamada para “artistas – ou seja lá ao que eles se referem – muito ricos”. Ou deveríamos pensar que o governo acha que todo o artista é vagabundo e, já que não tem o que fazer, vai ficar maravilhado com essa “super” oportunidade?

De qualquer forma, esteja o governo convocando artistas ou passistas (vulgo “artistas”), aproveitamos a oportunidade para fazer um protesto com relação ao que se entende sobre arte e sobre a profissão artística na sociedade, o que independe da convocação do governo. A ideia que se perpetua largamente é que, obviamente, os artistas (os verdadeiros) não precisam receber pagamento, porque “vivem de arte” (já no caso dos de mentirinha, aceita-se – e até espera-se – que cobrem cachês altíssimos para mostrar sua “arte” em rede nacional). Entretanto, essa linda e poética expressão (viver de arte), que visa dar um ar nobre à profissão do artista (de verdade), deve ser vista por um outro ângulo, o mais prático: será que o artista vive (come, compra roupas, paga aluguel, paga escola dos filhos, etc) de arte? Será que a vida prática do artista, no dia a dia, é tão poética e nobre como a tal expressão disseminada aos quatro ventos faz crer?

Essa ideia absurda de que artista (de verdade) não liga para dinheiro porque “vive de arte” ainda se perpetua na mente das pessoas. Não ligar para dinheiro não significa que o artista não precisa de dinheiro para viver. A classe artistica precisa se unir e agir como um grupo coeso, para que a arte seja respeitada como profissão. Arte não é coisa de vagabundo. Arte é coisa séria, que reflete a maneira como um povo pensa, ao mesmo tempo que ajuda a formar identidades pessoais e coletivas de uma comunidade. A arte ajuda a formar o modus operandi de uma comunidade, onde o artista exerce um papel importantíssimo, disseminando ideias e criando laços comuns entre as pessoas.

Voluntariado é uma atividade nobre, e deve ser exercida por todos os membros da sociedade. Mas quando o voluntariado é institucionalizado pelo governo e se dirige à uma classe profissional específica, já passa a ter implicações muito mais sérias, que precisam ser analisadas e confrontadas.

E se o governo chama passistas de artistas, o problema é tão ou ainda mais sério (será que se confundiram por causa da rima?)

Compartilhe esse post para tornar cada vez mais clara a indignação da classe artística com a falta de conhecimento sobre o que é ser artista, o que gera um tremendo desrespeito ao artista e à sua profissão.

Vamos informar esse povo, gente! E para os artistas (grupo no qual eu me enquadro): vamos parar de fazer papel de otário! Arte é profissão, e nós devemos ser os primeiros a saber disso!

Para ver o site do absurdo programa de voluntariado do governo, clique no link a seguir: www.brasilvoluntario.gov.br

Obrigado,
Gabriel Ferraz, pianista e musicólogo
Idealizador do Zap Músico
Indignado com o descaso da sociedade para com o artista


A equipe do Zap Músico agradece sua visita!

Um comentário:

  1. Obrigado por compartilhar o post, Márcio! Sucesso!

    Gabriel Ferraz,
    idealizador do Zap Músico, site para músicos

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O PROJETO

Sabendo da realidade social do Brasil hoje, e da política de alienação do mercado fonográfico assim como a mídia em geral que atinge cada vez mais principalmente as crianças e os jovens do nosso país, a Associação Cultural e Social de Timbaúba dos Batistas vem desenvolvendo um trabalho de conscientização através da música, onde propõe atrair á essa juventude, para que elas mesmas sejam as propagadoras das riquezas culturais do seu povo, fazendo assim com que suas representações obtenham oportunidades, meios e ferramentas para conter a própria realidade em que vivem, porque eles são presas fáceis para o mundo das drogas, bebidas alcoólicas e prostituição.

Um dos problemas que são enfrentados em trabalhos sociais como esse, no interior, é a falta de oportunidade, a realidade das cidades interioranas são desfavoráveis e até mesmo escassas quando se fala de oportunidade.

A preocupação na falta de oportunidade para os adolescentes principalmente, é que: eles estão prontos para transformar qualquer desejo em ação, e vendo por esse lado, a falta de oportunidade gera necessidade.

Se refletirmos sobre esta realidade, os jovens são obrigados muitas vezes ainda em idade escolar, a abandonar a escola para trabalhar e ajudar nas despesas familiares ou até mesmo para se dedicar precocemente a uma nova vida que ainda não cabe a eles.

A necessidade pela falta de oportunidade tem correlações com os problemas sociais, e se adolescência significa crescer, desenvolver, basta criar opções para que essas pessoas tenham uma oportunidade na vida para desenvolverem seus talentos, e assim no futuro ter uma chance de viver dignamente.

No Brasil, as políticas públicas para a juventude têm aumentado consideravelmente. Mas, ainda é muito pouco para um país tão rico culturalmente, onde pode utilizar sua forte influência para o desenvolvimento sociocultural.

E um grande exemplo dessa realidade, é as bandas de música, que só no Rio Grande do Norte envolve mais de 10.000 (DEZ MIL) Pessoas, entre jovens, crianças e adolescentes que procuram através da música um futuro melhor e encontram ainda mais, uma forma de divulgar, crescer, valorizar a cultura do seu povo.

Na oportunidade, á (ACUST) propõe dar seguimento ao trabalho que vem desenvolvendo na comunidade desde 2010, dando mais apoio e chance para mais uma criança descobrir seu valor, não só musicalmente, mas mostrando para comunidade e para ela mesma, que ela é capais de ser uma grande cidadã, e ainda podendo contribuir para o desenvolvimento do seu município, do seu país e do mundo.

A Cidade

A Cidade

Timbaúba dos Batistas é uma cidade da região de seridó no Rio Grande do Norte. Distante 282 km da capital, Natal, a cidade possui uma área urbana de 75 km² e uma densidade demográfica de 17,5 hab/km². Timbaúba é uma cidade pequena com 2 380 habitantes.

O nome da cidade vem de uma árvore chamada pelos índios de “timbóiba” que significa árvore de espuma. Os índios a chamam assim pois seu fruto produz uma espécie de espuma que é utilizada como sabão. Além disso, o nome do município também está associado ao nome de uma das primeiras famílias a chegar à região, os Batistas.

Nos idos do século XVIII as terras férteis de Timbaúba já eram habitadas e o Tenente-Coronel Manoel de Souza Forte era o proprietário do Termo da Vila do Príncipe, área onde está localizado o município de Timbaúba dos Batistas. A região começou a se desenvolver em meados do século XIX, quando o Major José Batista dos Santos fundou nas terras frescas do vale a fazenda Timbaúba. Ali teve início a grande atividade de plantio de canaviais, ensejando uma produção de aguardente e rapadura.

O povoado de Timbaúba, no ano de 1942, já era visto por Anfilóquio Câmara como um dos mais ricos do Seridó por manter uma agricultura sempre forte, destacando-se no cultivo de cana-de-açúcar.

No dia 10 de maio de 1962, por força da Lei no 2.774, o povoado desmembrou-se de Caicó tornando-se município com o nome de Timbaúba dos Batistas, numa homenagem a família de pioneiros responsáveis pelo engrandecimento do município. Em 1° de janeiro de 1964, foi instalada a sede municipal, tomando posse como prefeito o Sr. Hisbelo Batista de Araújo.

TIMBAúBA DOS BATISTAS-RN

TIMBAúBA DOS BATISTAS-RN
visão aerea

HISTÓRICO DA BANDA FILARMÔNICA ELINO JULIÃO


A banda Filarmônica “Elino Julião” de Timbaúba dos Batistas foi fundada em 03 de Março de 2010. Com a finalidade de qualificar os jovens dentro de suas próprias vocações, sentiu-se a necessidade de buscar uma parceria da prefeitura municipal de Timbaúba dos Batista com o governo do Estado do Rio Grande do Norte através do programa desenvolvimento solidário que indicou o senhor Humberto Carlos Dantas, carinhosamente conhecido como “Bembem” para viabilizar todas as providências necessárias, em seguida, depois de vencer todo o processo burocrático desde legalização da Associação Cultural e Social de Timbaúba dos Batistas (ACUST) que teve como sua primeira presidente Maria Aparecida do Nascimento, veio à elaboração do projeto e liberação dos recursos, para aquisição dos instrumentos musicais.

Depois de todo esse processo iniciou as aulas práticas e teóricas formando a banda propriamente dita.

Surgiu a ideia de dar nome à banda e foi colocado em votação que por unanimidade escolheram o nome do nosso conterrâneo e forrozeiro o artista popular “ELINO JULIÃO DA SILVA” que é motivo de orgulho para todos os seus conterrâneos pelo legado da sua história.

O maestro Mizael Cabral tem o cuidado em conjunto com a associação (ACUST) em parceria da prefeitura Municipal de Timbaúba dos Batistas na ampliação de seus componentes e na modernização de seus instrumentos, de uma vez que, recentemente foi elaborado um projeto tendo sido aprovado no valor de 25 mil reais pelo ministério da Cultura para aquisição de novos instrumentos para a estruturação da banda.

Atende hoje cerca de 90 crianças na faixa etária de 8 a 21 anos, sendo 50 participantes da banda filarmônica e 40 nas turmas de teoria e flauta doce.

A banda tem representado a cultura Timbaubense em várias cidades seridoenses, aonde vem recebendo total apoio da prefeitura municipal através do prefeito Ivanildo Filho para as devidas apresentações.

A filarmônica nesse pequeno período de existência tem se destacado devido à dedicação e trabalho da sua ex-coordenadora Maria Aparecida do Nascimento, do coordenador atual Aloísio Vale de Araújo e do seu maestro Mizael Cabral que com sua visão inovadora, consideram a música como importante meio de inclusão social para transformação de uma sociedade mais digna e igualitária.

O MAESTRO

MIZAEL CABRAL


De família de músicos, Marcio Mizael da Silva é natural de Cruzeta RN. Iniciou seus estudos musicais aos 16 anos em 2003 com o Maestro Humberto Carlos Dantas, ( Bembem Dantas ), ingressando na banda Filarmônica de Cruzeta-RN como trompetista. Em 2004 fundou o Trio Cafuçú de trompetes, marcando o começo de sua carreira de compositor e arranjador. participou como aluno em diversos seminários de música promovido pela Fundação José Augusto (FJA) e AMUSIC em Cruzeta e em outra cidades do no interior do Estado, sendo monitor do I Seminário de Música de Natal-RN do professor, compositor e maestro Normando Carneiro no curso de Arranjo Orquestração.
Em 2006, ingressou no curso Técnico de trompete (EMUFRN) sobre a orientação do professor Ranilson Bezerra, concluindo em 2009.ainda em 2009 entrou no curso de graduação em trompete da EMUFRN, sobre orientação do professor Ranilson Bezerra e Antonio Carlos. Participou de vários grupos musicais entre eles: Big Band Jerimum Jazz (EMUFRN). Big Band jovem (EMUFRN). Orquestra Sinfônica (EMUFRN). Grupo de
Choro Nosso Choro (EMUFRN). Grupo de choro Quase as Seis (EMUFRN), Grupo de pífano (AMUSIC),grupo de choro Bem Brasileiro (AMUSIC).
Trio Cafuçú(AMUSIC). Grupo de choro Chorinho das Cinco (AJAC). Grupo de Trompetes (EMUFRN). Grupo de metais (EMUFRN). Grupo de Metais (AMUSIC). Em 2008 assumiu temporariamente a direção da Filarmônica de São Tomé-RN (AJAC). Fundou e dirige Grupo folclórico “Pé de Côco” de pífano e percussão - (AMUSIC), é integrante e diretor técnico do sexteto de metaisQuimporó(AMUSIC) professor e chefe do naipe e primeiro trompete daFilarmônica de Cruzeta(AMUSIC). Em 2010 fundou e dirige a Filarmônica “Elino Julião” de Timbaúba dos Batistas RN (ACUST).
Percussionista nato, Mizael Cabral, como é conhecido no meio musical e artístico do RN, tem se destacado como compositor e arranjador para diversas formações musicais, em especial para Bandas de Música, tendo composto ou arranjado até o momento mais de 100 peças entre elas compôs peça para o CD do professor de trombone da UFRN Gilvando (azeitona) do professor Klenio Barros, e para banda Filarmônica SÃO TOMÉ-RN.
Mizael também é coordenador técnico da Associação Musical e Cultural do RN (AMUSIC) Cruzeta RN.

INSCRIÇÕES PARA TURMA DE TEORIA 2013

Inscrições abertas para turma de teoria musical da banda " Filarmônica Elino Julião" 2013 click no link e faça já a sua. https://docs.google.com/spreadsheet/viewform?formkey=dGRuWnNnSEtidlpWR0xGaDdMRmFBR3c6MQ atenção. inscrição valida apenas para residentes em Timbaúba dos Batistas-RN Inscrições para turma de teoria musical 2013 da filarmônica "Elino julião" docs.google.com